8 Curiosidade Históricas Sobre a Mulher Maravilha
Provavelmente não há uma mulher do mundo da ficção (principalmente dos quadrinhos) que seja tão importante para a cultura popular quanto a super-heroína Diana Prince.
A Amazona que vive em uma utópica ilha dominada somente por mulheres é a representação dos ideais feministas do seu tempo que dizia que os problemas do mundo eram responsabilidade da governancia dos homens, mas sua origem sofre alguns retrocessos graças a industria dos quadrinhos dominada majoritariamente por homens naquela época (o que não representava algo tão grande assim tendo em vista que a própria personagem foi criada por um homem).
As curiosidades expostas aqui foram retiradas do incrível trabalho da historiadora Jill Lepore em "A história secreta da mulher maravilha" e que vale muito a leitura seja você um fã de quadrinhos ou não.
Sem mais delongas, vamos as curiosidades:
1 - A Influência das Mulheres do Criador
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Olive Byrne e Holloway Marston |
Como já mencionamos logo acima, o criador oficial da mulher maravilha é um homem. O psicólogo William Moulton Marston era, apesar disso, um grande entusiasta do feminismo, talvez até um pouco de mais. Acabou se envolvendo em um relacionamento poligâmico com duas feministas: Elizabeth Holloway Marston (com quem era oficialmente casado) e Olive Byrne.
Ele teve filhos com ambas as mulheres e todos viviam sobre o mesmo teto.
É possível notar influência de ambas na personagem. Desde o bracelete de metal que Olive Byrne nunca tirava e que a Mulher-Maravilha usa para se defender de balas, até o feminismo universitário pregado pela Holloway que serviu de base para a criação da Holliday College que era um colégio feminino onde boa parte das histórias da Diana se passaram em suas primeiras aventuras.
2 - A Relação Entre o Detector de Mentiras e o Laço da Verdade
Marston nãofoi apenas o criador da Mulher-Maravilha.
Antes dele escrever suas primeiras aventuras, o psicólogo que tinha também estudado algumas matérias de direito desenvolveu o precursor do nosso polígrafo conhecido como "detector de mentiras".
Porém uma versão mais funcional foi desenvolvida e rapidamente o fato dele ter sido o primeiro foi totalmente esquecido, para a angustia de Marston que sempre tentou lembrar que ele era o real criador do aparelho. Porém, mesmo não tendo esse reconhecimento em vida, o psicólogo fez questão de dar a Diana uma "arma" que nada mais era que uma corda que amarrada em seus inimigos os obrigariam a contar a verdade.
Desses acontecimentos teria surgido o "laço da verdade", arma principal de Diana Prince e que tem uma razão para ser uma arma tão aparentemente inofensiva.
3 - Uma arma branca.
Na época em que a mulher maravilha estava sendo desenvolvida, muito se discutia o uso de armas de fogo por crianças e as influências para esses acidentes acontecerem. Claro que assim como os jogos hoje, os quadrinhos foram o principal alvo desses grupos mais conservadores.
Dessa forma vários heróis dessa época foram obrigados a usarem armas menos letais. O capitão America por exemplo, mesmo sendo um soldado, vai para a guerra portando um escudo. Foi nessa época (novembro de 1939, pra ser mais exato) também que o batman criou à aversão a armas de fogo, característica que segue o personagem até os dias de hoje.
Com a mulher maravilha não foi diferente. A personagem não apenas tem uma "arma branca" que nada mais passa de um laço magico, como também possuí braceletes usados para repelir balas.
4 - Acusações de Bondage em Quadrinhos Infantis
Marston nunca escondeu que curtia umas paradas diferenciadas na cama. Ele chamava a prática do bondage (sentir prazer em praticar relações sexuais amarrado ou incapaz de se mexer) de "amarras do amor" e chegou a defender a prática em algumas de suas obras acadêmicas publicadas.
Essa fixação do seu autor não escapa da personagem. É difícil ler uma das primeiras aventuras da amazona sem que em algum momento do quadrinho ela acabe presa ou amarrada.
Aliás essa era uma das fraquezas principais de Diana. Se alguém (principalmente um homem) amarrasse seus braceletes ela perdia seus poderes.
Sobre as acusações Marston justificou dizendo que ela ser presa tantas vezes era uma metáfora. Ela era amarrada e acorrentada para poder quebrar suas amarras e com isso reforçar a ideia feminista da obra.
Apesar dele nunca parar de escrever nos roteiros a DC (na época chamada por seu nome completo: Detetive Comics), a empresa sempre tentou convence-lo a diminuir as cenas nos quadrinhos. Marston por sua vez apenas continuou.
5 - Os Leitores Já Estavam Prontos Para Uma Mulher na Equipe de Heróis...
Iniciou-se então uma votação com a qual ela concorreu com outros heróis novatos: incrível, garoto azul, pantera, fantasma alegre e pirata negro. Ela ganhou em disparado, em parte por seu personagem estar nitidamente melhor desenhado e chamativo que os concorrentes, mas também pela sua popularidade que só crescia na época.
Acabou que a personagem conseguiu uma vaga na equipe de heróis, porém não como o público pensava...
6 - ...os Quadrinistas por sua vez não.
Evely Gaines era o principal roteirista da revista da equipe de super heróis. Ele havia concordado (e até ajudado) a mulher maravilha entrar na Sociedade da Justiça. Porém nada agradava a ele a ideia de uma heroína lutando ao lado de heróis.
Resolveu isso de uma maneira simples. A principal função da amazona dotada de força, velocidade e inteligência sobre-humana era a de secretária da Sociedade da justiça. Isso é claro não passava de uma desculpa para sempre que os heróis tivessem uma missão ela fosse obrigada a esperar na base (nem a mulher maravilha escapou da exclusão no mercado de trabalho).
7 - Um Bom Exemplo Para as Moças...
Marston queria que a Diana fosse um símbolo positivo para as meninas. Por isso ele a fez praticante dos mais diversos esportes. Claro que sua velocidade excepcional que a fazia correr mais rápido que carros ajudava, mas ela sempre demonstrava como gostava de praticar esportes.
Ela era educada, tentava resolver os problemas com compaixão e empatia, ela tinha uma paixão pelo Steve Trevor com quem trabalhava, mas sabia que seu dever como Mulher Maravilha estava acima disso, dessa forma sendo uma mulher que levava o trabalho à frente da sua vida amorosa (o que era realmente impactante para a época).
8 - ...Mas Que Nem Todos Concordavam.
Porém tanto essa profunda independência, que segundo algumas mães podia desencorajar meninas de se casarem, quanto as roupas curtas que a personagem usava, fizeram dela alvo de inúmeros ataques.
Foi colocada na lista de personagens perigosos para a infância e mais recentemente perdeu o cargo de embaixadora por sua sexualização.
As roupas da personagem sempre foi motivo de muita discussão. Marston dizia que ele queria demonstrar uma mulher atlética, mas fato é que a personagem talvez seja o herói com o corpo mais exposto dessa época (perdendo talvez pro Namor na marvel).
Porém varios autores já a escreveram durante o tempo e muitos visuais a Diana pode usar, alguns mais chamativos e outros mais comportados. Alguns explorando a origem guerreira da amazona e outros tentando dar mais mobilidade.
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